Você é inteligente?
A resposta para essa pergunta vai muito além da análise das notas ou do resultado de um teste de QI de uma pessoa, pois suas capacidades mentais simplesmente não podem ser mensuradas com uma série de questões.
Isso quer dizer que algumas habilidades podem ser consideradas como formas de inteligência, embora totalmente diferentes dos modelos tradicionais que determinam o quanto uma pessoa é inteligente.
Howard Gardner, um psicólogo de Harvard, afirma que, além dos dois tipos de inteligências que são captadas pelos testes de QI, a inteligência da linguagem e a da lógica, há ainda 6 tipos de inteligências que passam despercebidas pelos chamados “testes de inteligência”.
Vamos conhecê-las?
Inteligência espacial
Howard Gardner explica que as pessoas que possuem esse tipo de inteligência são capazes de se “encontrarem” em um território ou espaço imenso. Elas têm senso de direção e conseguem determinar a disposição das coisas naquele espaço.
Esse tipo de habilidade é bastante acentuado em cirurgiões, jogadores de xadrez, pilotos de avião e capitães navais.
Em graus menores e trazendo a habilidade para o dia a dia das pessoas, pode-se observar esse tipo de inteligência em pessoas que, mesmo em estacionamentos gigantescos, conseguem achar seu caminho até seus automóveis sem a menor dificuldade, por exemplo.
Inteligência interpessoal
As pessoas que possuem a inteligência interpessoal são capazes de compreender outras pessoas. Elas sabem exatamente como motivá-las, trabalhar e cooperar com elas, além de liderá-las com eficiência.
Esse tipo de inteligência é bastante parecido com a inteligência emocional. A única diferença é que na última, a pessoa consegue dominar suas próprias emoções a fim de ter relações melhores com as outras pessoas.
Já na inteligência interpessoal, o indivíduo tem um profundo conhecimento das pessoas com que se relaciona. Grandes líderes possuem essa habilidade.
Inteligência intrapessoal
Também parecida com a inteligência emocional, nesse tipo de inteligência, o indivíduo tem um profundo autoconhecimento.
De acordo com Howard Gardner, possuir esse tipo de inteligência é de grande valia para acompanhar as transformações mundiais que acontecem em alta velocidade: “hoje em dia, principalmente nas sociedades desenvolvidas, as pessoas vivem suas próprias vidas. Seguimos nossas carreiras e as trocamos com frequência. Se não tivermos uma boa compreensão de nós mesmos, teremos problemas”.
Inteligência musical
As pessoas dizem que a música é um talento, e não uma inteligência. No entanto, o psicólogo pergunta: “se você é bom com palavras e isso é considerado uma inteligência, por que isso não acontece se você é bom com tons, timbres e ritmos? Ninguém me deu uma resposta convincente e é por isso que é precisamos falar sobre a inteligência musical”.
Inteligência cinestésica corporal
Nos EUA, o estereótipo do jovem atleta burro é bastante forte. No entanto, é necessária uma boa dose de inteligência para coordenar o seu corpo e seus movimentos. A diferença é que essa inteligência não é detectada nos testes de QI e, por isso, esses atletas recebem esses rótulos erroneamente.
Um aspecto interessante desse tipo de inteligência é que ela se apresenta de duas maneiras: uma é a habilidade de usar seu corpo todo para solucionar problemas ou construir coisas. Esse tipo é muito acentuado nos atletas e dançarinos.
A outra é ser capaz de usar suas mãos ou outras partes de seu corpo para solucionar problemas ou construir coisas, características dos artesãos, por exemplo.
Inteligência naturalista
Howard Gardner explica que esse tipo de inteligência se reflete na capacidade de fazer discriminações importantes entre os variados tipos de plantas e animais. É a inteligência do naturalista, como a de Charles Darwin.
Mesmo as pessoas que vivem nas grandes metrópoles podem ter esse tipo de inteligência, segundo o psicólogo: “tudo o que fazemos no mundo comercial utiliza nossa inteligência natural. Por que eu compro essa jaqueta em vez daquela? Essa roupa em vez daquela? Essas pequenas distinções são feitas pela parte do cérebro que é usada para discernir um pequeno animal comestível de um venenoso. Quando um uso antigo de uma parte do cérebro deixa de ser relevante, ela é utilizada para algo novo. Portanto, todos nós estamos usando nossa inteligência naturalista, mesmo que nunca visitemos a floresta.”
Há, ainda, muitas outras inteligências a serem descobertas
Howard Gardner afirma em um vídeo que, atualmente, há dois novos tipos de inteligências sendo investigadas.
No entanto, a questão central dessa lista de inteligências é que a inteligência surge de várias maneiras e não deve ser limitada às notas de um boletim.
O cérebro humano é, sem dúvidas, um órgão misterioso e uma caixinha de surpresas. Focar suas habilidades apenas em uma área pode fazer com que você deixe de conhecer seus verdadeiros potenciais.